O que Donald Trump acaba de fazer com o Brasil não pode ser chamado de outra coisa senão uma declaração de guerra. Não uma guerra convencional, feita de tanques, invasões ou bombardeios, mas uma guerra sofisticada, silenciosa e profundamente perigosa. O uso da chamada Lei Magnitsky contra cidadãos brasileiros, não é um gesto isolado nem acidental. É uma estratégia calculada para fragilizar a soberania nacional, interferir diretamente no funcionamento das instituições brasileiras e, principalmente, influenciar os rumos das eleições que se aproximam.
A família Bolsonaro é apenas o pretexto mais conveniente, aquele que serve de isca para desinformados. Trump não está interessado em justiça internacional ou em proteger os direitos humanos. Ele está interessado em submeter o Brasil aos interesses dos Estados Unidos, fazendo com que o povo brasileiro pague pelas dívidas e pelos desequilíbrios criados pela própria política americana. Trata-se de uma manobra de dominação econômica e política. O recado é claro: se o Brasil ousar trilhar um caminho próprio, se a esquerda vencer a próxima eleição, se Lula retornar ao poder com respaldo popular, os Estados Unidos não reconhecerão o resultado. Isso não é uma suposição. É uma repetição do que já fizeram com Venezuela, Bolívia e tantos outros países. Agora, o alvo é o Brasil.
Esse ataque não se dá com armas, mas com ferramentas legais criadas nos Estados Unidos que se pretendem universais, embora só sirvam aos interesses de Washington. A Lei Magnitsky, que poderia ter tido um propósito legítimo no passado, hoje se tornou instrumento de perseguição política, aplicada de forma unilateral, sem julgamento justo, sem instância internacional. Os próprios Estados Unidos criam a regra, julgam o processo, condenam os alvos e aplicam as sanções. O império legisla e pune conforme sua própria conveniência, como se fosse soberano sobre o mundo.
A guerra híbrida já começou. Trata-se de uma combinação de lawfare, desinformação, chantagem financeira e manipulação institucional. E quem não estiver preparado, quem não tiver uma política clara de proteção nacional, será engolido. Não se trata de bravatas patrióticas. Trata-se de encarar a realidade e responder com maturidade, firmeza e estratégia. Todos os ministérios, todos os poderes, todos os órgãos de controle e segurança do Estado brasileiro precisam entender o que está em jogo. Não é apenas um caso jurídico. Não é só economia. É um ataque direto à soberania.
É fundamental construir um plano de defesa nacional que vá além das Forças Armadas. Precisamos de soberania digital, soberania econômica, soberania política e, principalmente, soberania na comunicação. Sem isso, o próximo ciclo eleitoral pode ser marcado por sabotagens, pressões externas e tentativas explícitas de deslegitimação do processo democrático. Se o povo escolher um caminho, qualquer que seja, esse caminho deve ser respeitado. E não cabe aos Estados Unidos decidir quem pode ou não governar o Brasil.
O uso da Lei Magnitsky contra o Brasil é o início de uma escalada. Não estamos falando apenas de Bolsonaro. Estamos falando do futuro da democracia brasileira. Se não reagirmos agora, se não tomarmos medidas concretas de proteção institucional, vamos ser asfixiados pouco a pouco. A soberania nacional não se perde com um golpe. Ela se esvai em pequenas concessões, em omissões disfarçadas de neutralidade, em dependências que viram submissão. E quando percebemos, já não somos donos de nada. Nem do voto, nem da palavra, nem do país.
Fonte: Brasil247
