Vereador teria dito a delegado para não passar senha do celular para esposa
Logo após ser alvo da Operação Face Oculta, o vereador Tiago Tezzari (PSDB) reagiu com ironia às acusações de rachadinha e disse estar tranquilo diante das investigações. ‘O que me preocupa é só se o delegado der a senha do meu celular pra minha esposa. Tirando isso, tá tudo bem’, brincou o parlamentar, durante entrevista exclusiva concedida ao jornalista Juan Pantoja, do Eu Ideal, em Porto Velho.
A ação, deflagrada pela Polícia Civil de Rondônia por meio da 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco 2) em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e afastou temporariamente Tezzari e cinco assessores de suas funções. As investigações apuram suspeitas de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente ligadas ao desvio de parte dos salários de servidores comissionados.
Durante a entrevista, o vereador atribuiu as denúncias a uma vingança pessoal de um ex-assessor que, segundo ele, enfrentava problemas de dependência química. ‘Eu tentei ajudar, cheguei a conversar com a família pra internar essa pessoa. Ela nunca me perdoou por isso e foi ao Ministério Público dizer que havia rachadinha no meu gabinete’, afirmou.
Tezzari também ironizou as acusações, afirmando que não há dinheiro irregular no gabinete. ‘A última coisa rachada ali é pizza, bolo e refeição. Se isso for crime, eu vou ser condenado”, disse, rindo. O parlamentar declarou ainda estar mais pobre do que quando foi eleito e destacou que já havia enfrentado operação semelhante durante a disputa pela licitação do transporte coletivo em Porto Velho.
Segundo Tezzari, há relação entre a atual investigação e sua atuação como presidente da Comissão de Fiscalização da Transição do Lixo. ‘Não dá pra achar que é coincidência. Estou enfrentando interesses poderosíssimos na área do lixo, como antes enfrentei no transporte público’, declarou.
Ao final, o vereador afirmou que vai continuar trabalhando e disse ter aprendido uma lição. ‘Os que gostam vão continuar gostando, os que não gostam vão continuar não gostando. Mas uma coisa é certa: se algum dependente químico pedir ajuda pra se tratar, eu não ajudo mais.’
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