Animal nasceu morto. Vaca se recupera bem e recebe medicação para controle da dor.
O nascimento de uma bezerra com duas cabeças e quatro patas chamou a atenção do médico veterinário e pecuarista Lucas Thaler, na última semana, na linha 74 Sul, zona rural de São Miguel do Guaporé (RO). O animal já nasceu morto.
Ao g1, Lucas contou que percebeu a má formação ainda durante a palpação da vaca, quando notou a falta de movimentos do feto. A posição da bezerra também indicava um parto anormal, chamado de distócia.
“O normal é a cria sair com a cabeça entre as mãos. Nesse caso, as patas estavam esticadas e saindo primeiro”, explicou.
Apesar da anomalia, Lucas optou por realizar o parto normal, descartando a cesariana. Segundo ele, havia espaço suficiente para a passagem do bezerro, mas o procedimento exigiu muito esforço da vaca e da equipe de manejo. A vaca se recupera bem e está sendo medicada para controle da dor e prevenção de infecções.
Má formação rara
A bezerra era fêmea, com genitália normal, mas mamilos malformados. A formação de duas cabeças em um único corpo acontece por uma falha na divisão embrionária, processo que também gera gêmeos idênticos.
Cuidados e prevenção
Lucas alertou que, mesmo com seleção de sêmen para inseminação artificial, ainda pode haver casos de consanguinidade entre os animais, devido a ancestrais em comum.
Ele também explicou que partos anormais, apesar de menos comuns, fazem parte da rotina no campo e podem ser causados por fatores como o porte do bezerro, o tamanho da vaca ou a alimentação no final da gestação.
“Em qualquer parto, é importante estar atento. A distócia pode acontecer e, se não for tratada a tempo, o produtor pode perder não só o bezerro, mas também a matriz [vaca]”, alertou.
O veterinário reforçou a importância de chamar um profissional capacitado sempre que houver suspeita de má formação ou dificuldade no parto.
Por Mateus Santos, g1 RO