Produtores têm adotado práticas regenerativas e fertilizantes nitrogenados
Uma nova geração de cafeicultores está colocando o Brasil na vanguarda da produção de alimentos com baixa pegada ambiental. Com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), produtores têm adotado práticas regenerativas e fertilizantes nitrogenados com emissão reduzida de carbono, resultando em ganhos de produtividade e valor agregado para o café nacional.
Fertilizante é responsável por dois terços das emissões do café e está sendo transformado
Estudos indicam que cerca de 67% das emissões de GEE na produção de café estão associadas ao uso de fertilizantes nitrogenados. Para enfrentar esse desafio, empresas começaram a empregar fertilizantes produzidos com amônia de baixa emissão, como os da linha Climate Choice™, que reduzem até 90% da pegada de carbono do insumo. Essa mudança permitiu uma redução média de 42% nas emissões por quilo de café produzido, com registros que chegam a 58% em algumas lavouras.
“A combinação entre fertilizantes de menor impacto e uma nutrição mais equilibrada, baseada em diagnóstico de solo e ferramentas de recomendação, possibilitou ganhos relevantes de produtividade e sustentabilidade”, afirma Guilherme Schmitz, vice-presidente de Marketing e Agronomia da Yara Brasil.
Ganhos em produtividade, renda e qualidade sensorial com o café regenerativo
A integração das soluções nutricionais de baixo carbono com práticas regenerativas como uso de composto orgânico, plantas de cobertura e manejo de solo resultou em aumento de 14% na produtividade (de 48 para 55 sacas/ha), incremento de 3 pontos na qualidade sensorial do café (de 81 para 84 pontos) e ganho médio de R$ 5 mil por hectare em renda do produtor.
A primeira safra de café com o uso desses fertilizantes foi colhida em parceria com a Cooxupé e foi apresentada como case de sucesso do Brasil durante a COP30. O mesmo lote está agora a caminho do Fórum Econômico Mundial, em Davos, reforçando o papel do país na liderança da agricultura de baixo carbono.
Mercado global pressiona por descarbonização da cadeia de alimentos
Com cerca de 50% das maiores empresas de bens de consumo impondo metas de emissão em toda sua cadeia (escopo 3), cresce a demanda por produtos com rastreabilidade ambiental. Nesse contexto, o café de baixo carbono se posiciona como resposta às exigências do mercado externo e como estratégia competitiva para o produtor.
Segundo estudo do Hydrogen Council e McKinsey, até 30% das emissões de um produto podem vir do uso de fertilizantes, e até 95% desse impacto pode ser reduzido com soluções baseadas em amônia de baixa emissão. O impacto no custo final, segundo o levantamento, é de apenas 1% a 3%.
Expansão para outras culturas e futuro promissor para a agricultura regenerativa
O modelo aplicado na cafeicultura brasileira deve agora ser replicado em outras cadeias produtivas. Além da continuidade da parceria com cooperativas cafeeiras, empresas do setor já anunciaram projetos similares com batata, citrus, milho e cevada, todos com foco em descarbonização.
“Nosso objetivo é apoiar o agricultor mesmo em anos mais desafiadores, oferecendo tecnologias que gerem retorno de até 200% sobre o investimento, como os fertilizantes regenerativos e as soluções da linha YaraVita e YaraAmplix”, explica Schmitz.
Fertilizantes sustentáveis impulsionam protagonismo brasileiro na agenda climática
De acordo com dados apresentados no relatório anual da companhia, o Brasil lidera a adoção de fertilizantes de baixa emissão entre os países do Sul Global. Projetos com foco em cafeicultura, batata e cacau, além de iniciativas com biometano e amônia verde, posicionam o país como protagonista na transição para uma agricultura regenerativa e carbono neutro.
A estimativa da empresa é quadruplicar o volume de fertilizantes lower carbon em 2026, alcançando novas culturas e consolidando o café como vitrine internacional da sustentabilidade no campp.


