A falta de professores na escola estadual César Cassol, no distrito de União Bandeirantes, em Porto Velho, levou a comunidade local a realizar uma manifestação de protesto nesta segunda-feira (12), pela manhã. Uma comissão da Secretaria da Educação (Seduc) se reuniu com uma comissão de moradores, mas até por volta das 13h, nenhuma informação sobre uma solução para o problema havia sido anunciada.
De acordo com os moradores, a carência de professores afeta pelo menos três disciplinas: História, Português e Geografia. Na conta da comunidade, faltam cerca de oito professores para suprir a carência. Priscila Dantas de Oliveira, mãe de aluno da escola, disse que o problema ocorre por causa da aposentadoria e da transferência de professores que deixaram o estabelecimento, sem que outros profissionais fossem chamados para cobrir as vagas.

“Estamos aqui porque queremos que essa questão seja resolvida. O que queremos é a contratação imediata de professores. Não há mais como esperar. Tivemos a informação de que há professores da região que passaram em um processo seletivo e estão no aguardo de serem chamados para assumirem as vagas. Faltam, na realidade, doze professores, mas a contratação de pelo menos oito já diminuiria o problema”, disse.
De acordo com ela, o 6º Ano e o 9º Ano não tiveram nenhuma aula de Português ainda por causa da falta de professores. “Sabemos que o Português e a Matemática são disciplinas fundamentais, matérias básicas para qualquer concurso. Há alunos do nono ano que estão indignados porque não têm como se preparar para o Enem. Como o Enem pode ser um exame justo se existem alunos que não têm nem a educação básica? A educação é um direito de todos. Está na Constituição”, reforçou.
Irineu Batista, outro pai de aluno, lembrou que no distrito há alunos que moram a cerca de 50 quilômetros de distância da escola e a falta de professores ocorre desde o início do ano letivo. O problema se agravou, segundo ele, por falta de entendimento entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Velho, com relação aos professores do município que eram cedidos para o Estado e não puderam retornar à sala de aula por causa da falta de um acordo.
O problema, de acordo com levantamento feito pelos moradores de União Bandeirantes, afeta quase dois mil alunos. O site O Bandeirante News tentou falar com a comissão da Seduc que foi enviada ao distrito, mas a reportagem não foi recebida pela comissão. Ligações telefônicas também foram feitas para a Seduc, mas sem êxito.