Após uma campanha ferrenha no segundo turno, Porto Velho elegeu o seu novo prefeito. O município tem no nome “Velho”, mas o eleito para comandar a prefeitura a partir de janeiro do próximo ano é jovem, porém experiente político, Léo Moraes (Podemos).
As eleições de domingo (27) demonstraram, mais uma vez, que na política não existem as frases “já ganhei” ou “já ganhamos”. A adversária de Léo Moraes, Mariana Carvalho (União), que chegou bem à frente no primeiro turno (44,53% a 25,65%), não teve o mesmo fôlego no segundo turno, e Léo venceu com pouco mais de 12% dos votos a mais.
A ostensividade da campanha de Mariana no primeiro turno, sem o resultado esperado — que seria vencer com 50% mais um dos votos válidos — refletiu no segundo, pois é muito difícil manter a votação, que não tinha mais como subir. A tendência é descer. Como cada voto vale dois, pois são eleições polarizadas, quando o eleitor deixa de votar em um candidato, o outro recebe dois, porque é menos um dele e mais um para o adversário. Garantir o voto é estratégico, mas não é fácil.
Os dois candidatos que chegaram ao segundo turno na capital, único município do Estado com mais de 200 mil eleitores, são identificados com o eleitorado. Léo já foi vereador e deputado (estadual e federal). Seu pai, o saudoso Paulo Moraes, foi vereador e presidiu o Parlamento Mirim, e sua mãe, Sandra, também foi vereadora e presidiu a câmara. Aparício, pai de Mariana, passou pelos cargos de vereador, deputado federal e vice-governador. O irmão, deputado federal Maurício, foi vice no segundo mandato do prefeito Hildon Chaves (PSDB), cargo que renunciou em 2022 para assumir na Câmara Federal.
As eleições terminaram, inclusive com muitos pontos negativos devido às fake news, acusações absurdas, denúncias vazias, confusões em reuniões na campanha do segundo turno, mas também apresentaram fatos positivos, como os pronunciamentos de Hildon e Mariana reconhecendo a derrota e parabenizando Léo.
Um ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale) já dizia com muita propriedade: “política não se faz com ódio”.
Que Léo consiga montar uma equipe homogênea e eficiente, pois nenhum dos 23 vereadores é do seu partido, e que realize a maior parte do que pregou durante a campanha, como a mobilidade urbana, investimentos na saúde, apoio aos inúmeros Distritos — a maioria maior que muitos municípios —, manutenção das estradas (mais de 7 mil quilômetros) e uma equipe técnica mesclada com política.
Fonte: Por Waldir Costa / Rondoniadinamica



