Ex-sargento da PM de Rondônia e influenciador digital, William Ferreira da Silva foi condenado por envolvimento na tentativa de golpe e depredação de prédios públicos em Brasília
Porto Velho, RO – O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, por unanimidade, o ex-sargento da Polícia Militar de Rondônia, William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”, a 14 anos de prisão em regime inicialmente fechado. A decisão foi tomada após 10 dias de julgamento no plenário virtual da Corte, com todos os ministros votando a favor da condenação.
William foi responsabilizado por sua atuação nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do próprio STF, em Brasília. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o réu integrou uma associação criminosa armada com o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito e promover um golpe de Estado.
Durante a investigação, ficou comprovado que William participou ativamente da invasão à Praça dos Três Poderes e incentivou outros manifestantes por meio de transmissões ao vivo em redes sociais. Ele também foi acusado de deterioração do patrimônio público e de envolvimento direto em ações de violência contra instituições da República.
Entre os crimes que embasaram a condenação estão:
- Associação criminosa armada
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Dano qualificado e destruição de patrimônio tombado
Natural de Rondônia, William já era conhecido na internet por suas postagens sobre clima e segurança pública, além de ter concorrido ao cargo de deputado estadual em 2022. Após a repercussão de suas transmissões no dia dos ataques, ele teve a prisão preventiva decretada. Atualmente, segundo familiares, ele cumpre pena em hospital, após ter passado por um período em liberdade monitorada.
A condenação de William integra uma série de decisões do STF que visam responsabilizar os envolvidos nos atos golpistas de janeiro de 2023. Apenas nas últimas sessões virtuais, a Corte proferiu 41 novas condenações, elevando o número total de sentenciados para 71 apenas nos primeiros meses de 2024.
A pena de 14 anos reflete a gravidade dos crimes cometidos e a participação destacada do ex-sargento nos eventos que atentaram contra a democracia brasileira.
