Descaracterização da estrutura se tornou necessária após tragédia em Brumadinho
A mineradora Vale concluiu o processo de descaracterização da barragem B3/B4, localizada em Nova Lima (MG), após ela ter sido elevada ao mais alto nível de emergência em 2019. Isso obrigou quase 300 moradores do distrito de São Sebastião de Águas Claras, conhecido como Macacos, a deixarem suas casas.
A descaracterização foi comunicada pela Vale, garantindo que a estrutura já não apresenta riscos para as comunidades e o meio ambiente. Além disso, serão realizadas intervenções no terreno para implantação de um sistema de drenagem e revegetação, bem como a remoção de um muro construído preventivamente.
Após a tragédia de Brumadinho em 2019, a eliminação de barragens construídas pelo método de alteamento a montante tornou-se uma exigência legal. A Lei Mar de Lama Nunca Mais deu três anos para que todas essas estruturas fossem eliminadas, prazo não cumprido pelas mineradoras. A Vale, com 30 barragens para eliminar, arcou com R$ 236 milhões em acordos com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Até o momento, 14 barragens já foram descaracterizadas pela Vale. O processo, em algumas estruturas como a B3/B4, está sendo conduzido com equipamentos não tripulados. A mineradora planeja concluir 70% do programa de descaracterização até o final de 2026, diferente do cronograma original que previa a finalização apenas em 2035.
Macacos, um destino turístico a 20 quilômetros de Belo Horizonte, foi uma das comunidades afetadas pela evacuação após a tragédia de Brumadinho. Após uma segunda evacuação devido ao risco iminente de ruptura da barragem B3/B4, a comunidade enfrentou desafios econômicos e sociais.
A Vale, em acordo reparatório, se comprometeu a um aporte de R$ 380 milhões para auxiliar os afetados e requalificar a região, incluindo programas de transferência de renda e fortalecimento dos serviços públicos municipais.
