Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, adverte sobre a frequência crescente de eventos extremos, como as chuvas intensas no RS, enfatizando a necessidade de conscientização sobre as mudanças climáticas.
“Todo mundo precisa abrir os olhos. No mundo inteiro, esses fenômenos extremos estão ocorrendo”, diz Nobre, citando recordes de chuvas na Europa, no Grande Recife e em Petrópolis nos últimos anos.
Ele destaca as altas temperaturas como outro indicativo preocupante, apontando 2023 e parte de 2024 como os anos mais quentes da história. Esses eventos extremos, associados ao aquecimento dos oceanos, podem causar secas intensas em algumas regiões e chuvas torrenciais em outras.
Nobre ressalta que o Rio Grande do Sul enfrenta tanto chuvas intensas quanto secas devido a fenômenos climáticos como La Niña e El Niño. O desafio, segundo ele, é adaptar-se às mudanças climáticas.

Ele compara a emergência climática à pandemia da COVID-19, enfatizando a necessidade de uma resposta global. No entanto, destaca que combater o negacionismo requer educação e planejamento eficaz.
Quanto aos desafios específicos enfrentados pelo RS, Nobre menciona o desmatamento como uma causa dos desastres e aponta a necessidade de investimento público em infraestrutura e segurança.
Apesar das previsões de chuvas mais fracas nos próximos dias, Nobre alerta para o risco contínuo de enchentes devido à saturação do solo e dos rios.