Em uma iniciativa que integra arte, educação e cidadania, o governo de Rondônia promoveu, nos dias 26 e 27 de junho, apresentações do espetáculo teatral “Bizarrus”, com foco na ressocialização de pessoas privadas de liberdade. O evento aconteceu na sede da Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda), em Porto Velho, e reuniu, em cada dia, cerca de 80 alunos da rede pública de ensino.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Acuda e Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO), tendo como objetivo utilizar a arte como ferramenta de reabilitação e transformação de vidas. Interpretado por reeducandos do sistema prisional, o espetáculo “Bizarrus” aborda questões sociais profundas, convidando o público à reflexão sobre liberdade, escolhas e dignidade humana.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, iniciativas como essa são essenciais para a construção de um sistema penal mais justo e humanizado. “Acreditamos que a segurança pública também se constrói com oportunidades, por meio de um sistema que valorize a legalidade e a justiça. A arte é um instrumento poderoso de reflexão, conscientização e mudança”, evidenciou.
EDUCAÇÃO
A atividade foi organizada com a participação direta de professores da rede pública, que viram no espetáculo uma extensão prática dos conteúdos debatidos em sala de aula. Após o encerramento da peça, houve um debate com os alunos. O professor de Sociologia do Instituto Federal de Rondônia (Ifro), Cássio Alves, explicou que discutir temas como o sistema prisional, a violência urbana e os efeitos psicológicos do abuso é fundamental. “Mas é no teatro que esses conceitos ganham vida, cor e emoção. Isso acessa a sensibilidade dos alunos de uma forma que nenhum texto pode alcançar.”
O professor de Sociologia ressaltou ainda como a peça contribui para quebrar estigmas. “Os estudantes muitas vezes têm uma visão limitada sobre quem está no sistema prisional. Assistir a ‘Bizarrus’ dentro da Acuda foi revelador. Eles puderam ver o esforço, o talento e a emoção dos reeducandos, percebendo que a mudança é real e possível. É uma verdadeira aula de empatia.”
A estudante Daniele Magno Barbosa, que participou da atividade, compartilhou suas impressões sobre a experiência. “Eu já conhecia a peça e queria muito assistir desde o ano passado. Foi muito legal estar aqui na Acuda e ver de perto o que eles fazem. Saber que muitos dos atores enfrentaram muito preconceito e, mesmo assim, se dedicaram tanto, foi incrível. A apresentação foi linda e emocionante. Eu adorei”, disse.
REINTEGRAÇÃO
A proposta da peça é mostrar que a ressocialização não é apenas uma utopia, mas uma realidade possível por meio da educação, da cultura e do apoio. O teatro, nesse contexto, cumpre um papel essencial ao permitir que os reeducandos expressem emoções, revisitem suas histórias e, principalmente, projetem novos caminhos para o futuro.
O secretário da Sejus, Marcus Rito, destacou o valor educativo da atividade. “Essa ação vai além do entretenimento. É justamente nesse encontro que nascem as reflexões mais profundas sobre justiça, empatia e transformação, contribuindo para a construção de um sistema penal mais justo, seguro e voltado à reintegração.”
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