Homem foi preso no dia 6 de outubro na Flórida (EUA), depois que seu nome foi incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol a pedido do MP-RO.
O Ministério Público de Rondônia (MPRO) identificou novas vítimas de um ex-bancário denunciado por fraudes financeiras cometidas em Colorado do Oeste (RO). Os alvos têm o mesmo perfil: idade avançada, residência em zona rural e baixa familiaridade com tecnologias bancárias — o que, segundo o órgão, configura um contexto de vulnerabilidade explorado de forma criminosa.
O homem foi preso no dia 6 de outubro na Flórida (EUA), depois que seu nome foi incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol a pedido do MP-RO.
Até então, ele era suspeito de desviar mais de meio milhão de reais de um idoso. A partir da prisão, novas vítimas foram identificadas. Segundo o promotor de Justiça de Colorado do Oeste, Bruno Ribeiro de Almeida, já são quatro idosos que tiveram valores indevidamente retirados de suas contas.
“Além desse idoso de 82 anos, identificamos mais um idoso da zona rural que teve R$ 140 mil desviados de sua conta, uma outra vítima com mais de 80 anos e uma idosa que sofreu um golpe diferente, com baixa indevida de cheque”, detalhou o promotor.
Um golpe que começou dentro do banco
Segundo as investigações, o suspeito usou o próprio cargo dentro da instituição financeira para realizar contratos e transações bancárias não autorizadas, entre 2022 e 2023, contra uma cliente de 82 anos. A vítima, moradora de Colorado do Oeste, só descobriu os desvios após o rombo em sua conta se tornar irrecuperável.
Diante da gravidade do caso, o Ministério Público solicitou à Justiça a prisão preventiva do suspeito. Em seguida, a Polícia Federal incluiu seu nome na lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que permitiu sua localização e prisão nos Estados Unidos no mesmo dia.
Ministério Público: Proteção além da punição
Para o MPRO, o caso vai além da investigação de crimes financeiros: trata-se da defesa de grupos sociais vulneráveis, em especial os idosos.
“O Ministério Público não atua apenas na persecução criminal, mas também na proteção daqueles que mais precisam: crianças, idosos, pessoas com deficiência. Temos ferramentas legais e institucionais para atuar com rigor quando esses grupos são atingidos”, afirmou Bruno Ribeiro.
A extradição ou deportação do suspeito está agora em fase de tramitação, e ele deverá responder por seus atos na Justiça de Rondônia.
Enquanto isso, o MPRO segue reunindo provas e apurando se há mais vítimas com o mesmo perfil, reforçando sua atuação como garantidor de direitos na Amazônia Legal.
“Conseguimos localizar e prender, fora do país, um investigado por crimes cometidos em uma cidade pequena do interior de Rondônia que fica distante cerca de 760 km da capital do estado. Isso mostra a força das nossas instituições e o alcance da Justiça brasileira”, aponta o promotor Bruno Ribeiro de Almeida.
Por Elaine Santos, Rede Amazônica