Da Redação
Os altos custos de tratamento do câncer mobilizam a sociedade em busca de apoio a quem precisa de atendimento. Em União Bandeirantes, a ação ininterrupta de voluntários vai promover no próximo dia 22, a 13ª edição do Leilão Direito de Viver, cuja renda será revertida para a Fundação Pio XII, a instituição que faz a gestão do Hospital do Amor, especializado em atendimento de pacientes que sofrem de neoplasias.
Sandra Oliveira, presidente do Leilão Direito de Viver, de União Bandeirantes, em meio à organização do leilão, arrumou um tempo para conversar com a reportagem do Jornal O Bandeirantes, a fim de explicar o funcionamento da iniciativa, que há mais de 10 anos vem contribuindo com ajuda para custear o tratamento de alto custo de centenas de pessoas. “Estamos a todo vapor com os preparativos para o Leilão, faltando pouco mais de duas semanas. Já começamos a fazer algumas visitas que costumamos fazer nas linhas”, explica Sandra.
O objetivo das visitas é captar doações para o leilão, como gado e outros animais, nos sítios. As visitas também são feitas na cidade, a fim de coletar donativos, prendas, que serão também sorteados no leilão. “Começamos na terça-feira e vamos fazer visitas até esta quinta-feira na maioria dos comércios da cidade, para captar prendas. Tanto as prendas quanto os animais, o gado, serão leiloados e a renda será revertida para a Fundação Pio XII, que é a instituição que cuida, que faz a gestão do Hospital do Amor”, detalha a presidente do Leilão.
O procedimento adotado com relação a cada donativo para ser leiloado é simples. “Por exemplo, nessas visitas que estamos fazendo, se uma loja de roupas doa uma camisa, a equipe produz uma arte com as fotos dessa camisa, que já começa a ser divulgada. No leilão, digamos que essa camisa custe R$ 100 na loja, no leilão pode chegar a valores maiores, pode sair com um lance de R$ 200, por exemplo”, exemplifica Sandra. A diferença de preço é motivada pela solidariedade e é isso que garante a relevância do apoio ao Hospital do Amor.
Segundo Sandra, empresariado de União Bandeirantes sempre abraçou a causa de ajudar as pessoas que sofrem de câncer – e, também, suas famílias. “Todo empresariado daqui tem uma receptividade muito boa. Não somente os pecuaristas, mas o comércio em geral, lojas de roupa, as agropecuárias, o ramo de laticínios, lojas de eletrodomésticos, supermercados, essa galera sempre está junto”, detalha.
Expectativas superadas
Esta é a 13ª edição do leilão, que teve sempre à frente uma equipe de trabalho conduzida pela presidente Sandra Oliveira. O trabalho dessa equipe, em todas as 12 edições anteriores, de acordo com Sandra, sempre atingiu não somente o objetivo em termos de arrecadação, mas sempre superou as expectativas. “Quando ocorreu a pandemia de Covid19, que foi um ano muito atípico para todos nós, foi o primeiro ano em que tivemos que realizar a primeira edição virtual do leilão”, recorda, deixando claro que a mudança na iniciativa foi uma grande fonte de preocupação. Afinal de contas, a adoção do sistema virtual para trabalho, estudo, relações sociais e outros tipos de iniciativa era um desafio em escala global para todas as pessoas.
Como era de se esperar, essa modificação no formato do leilão causou apreensão em toda a equipe.
“Tivemos medo que não fosse dar certo. Mas no final das contas, graças a Deus tudo funcionou muito bem. Para se ter uma ideia, no leilão um ano antes da pandemia, o leilão daqui de União Bandeirantes, que havia arrecadado R$ 268 mil, nós passamos para o ano seguinte, com a pandemia, para R$ 840 mil”, recorda, demonstrando orgulho do desafio enfrentado e superado.
“Nós tivemos mais um leilão de forma virtual ainda, em função de não ser permitido ainda promover aglomeração de pessoas. No ano passado, em 2023, tivemos em nosso leilão a arrecadação de R$ 420 mil, que foi um valor bem bacana”, explica. De acordo com a presidente do Leilão, o planejamento de cada evento anual não envolve necessariamente o estabelecimento de um número para ser atingido em termos de arrecadação. Há vários fatores envolvidos. “Então, em todos os anos a gente costuma fazer assim. A gente não é de estabelecer metas, mas a gente trabalha, dá o nosso melhor para sempre tentar superar do ano anterior”.
Preço do boi
Para este ano, no entanto, a expectativa é mais moderada. “Os maiores valores do leilão sempre é dos lances do gado. Mas este ano, o que vem acontecendo é que o valor do gado hoje não está tão bom quanto a uns dois anos atrás por exemplo. Então vamos com uma ideia em mente, que por mais que a gente não estabeleça metas, vamos com uma expectativa de acordo com a nossa realidade”, explica Sandra Oliveira.
Atendimentos
A solidariedade que sempre foi expressada em todas as edições do leilão encontra um público que dela depende. Para se ter uma ideia, a região do distrito de União Bandeirantes teve, em 2023, pôde contar com 747 atendimentos para um total de 234 pacientes. “É um resultado muito relevante. O trabalho que a gente faz aqui é muito necessário. Principalmente levando em conta que somente esses 234 pacientes, com certeza, precisaram só no ano passado de atendimentos que custaram muito mais do que o valor que a gente arrecadou no ano passado.
Isso acontece porque os tratamentos de pessoas que sofrem de câncer são na grande maioria das vezes de alto custo. “Só para se ter uma ideia, uma única sessão de quimioterapia hoje é R$ 1 mil. Vários pacientes desse total de 234 precisam fazer 20 a 25 sessões de quimioterapia. Então são pacientes que demandam, individualmente, somente em medicamentos, em torno de R$ 30 mil para um total desses de tratamento”, finaliza Sandra Oliveira. Ela e a toda a equipe do 13º Leilão Direito de Viver têm muito a fazer. Nesta quinta, a equipe continua as visitas em busca de donativos. Falta pouco tempo para o evento, e tem muita gente que depende da solidariedade de toda a sociedade União Bandeirantes. O trabalho não pode parar.



