Cantor argumenta que a prática prejudica os artistas e sugere alternativas
Lobão, que está em turnê com o show “50 Anos de Vida Bandida”, fez duras críticas à meia-entrada, chamando a prática de “perversão” exclusiva do Brasil. Em entrevista ao podcast Portas Abertas, apresentado por Carlos Tramontina, o cantor e compositor destacou que essa política afeta negativamente a vida dos artistas. “Imagine, você vai ao dentista, vai tirar 50% da consulta?”, comparou Lobão, referindo-se ao desconto em shows e eventos culturais.
Impacto no mercado de shows
Para Lobão, muitos artistas evitam falar contra a meia-entrada por medo de represálias. “Você vai pegar um desconto, numa liquidação, em geral é 10%, 20%… Agora, você não está em liquidação e sempre é fisgado em 50%!?!”, afirmou. O cantor ressalta que essa prática é vista como uma “maldição” pelos artistas, que preferem não se expor.
Ele explicou que a meia-entrada causa distorções no mercado, como o aumento dos preços dos ingressos. Segundo Lobão, os produtores já calculam o desconto de 50%, ajustando o valor da meia como o preço da inteira e, assim, dobrando o valor da inteira. Ele sugere que, se o governo cobrisse o prejuízo imposto pela meia-entrada, a prática poderia ser uma maneira interessante de acesso à cultura. “Se o governo, por acaso, cobrisse os 50% pro artista, aí seria legal. Agora, ser literalmente grampeado de 50% e ninguém falar absolutamente nada?”, questionou.
Falsificação de carteirinhas
Outro ponto levantado por Lobão foi a falsificação em massa de carteirinhas de estudante, que garantem a meia-entrada. Ele acusou a UNE (União Nacional dos Estudantes) de fabricar e distribuir essas carteirinhas, aumentando o problema.