Embarque é realizado no ParkShopping Canoas, três horas antes do voo
A Base Aérea de Canoas, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, recebeu hoje (27) o primeiro voo comercial transferido do Aeroporto Internacional Salgado Filho. O aeroporto está interditado por tempo indeterminado devido às fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril.
O voo, um Airbus A320 operado pela Latam, pousou na base militar às 8h, vindo de São Paulo com 173 passageiros. Após desembarcarem, os passageiros foram levados de ônibus para uma estrutura temporária montada no ParkShopping Canoas, a cerca de 3 quilômetros da base, para realizar o embarque e desembarque.
Terminal temporário no shopping
No ParkShopping Canoas, no piso L2, foi criado um terminal provisório onde as companhias aéreas fazem o check-in, despacho de bagagem e embarque dos passageiros. De acordo com a Fraport Brasil, concessionária que administra o Salgado Filho, o local foi equipado com raio-X e pórticos detectores de metal para a inspeção de passageiros e bagagens de mão, tudo supervisionado pela Polícia Federal.
Orientações para embarque
A Fraport Brasil orienta que os passageiros se apresentem no terminal do ParkShopping Canoas com, no mínimo, três horas de antecedência ao horário do voo. O processo de embarque se encerra uma hora e meia antes da decolagem. Após esse período, não será possível acessar a sala de embarque.

O transporte até a Base Aérea é exclusivo para passageiros que realizaram os procedimentos no shopping, e é feito por ônibus identificados pela Fraport Brasil. Não é permitido que os passageiros se dirijam diretamente à Base Aérea.
Autorização e operação temporária
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou a operação de voos comerciais na Base Aérea de Canoas no último dia 20. Desde então, as companhias Latam, Azul e Gol reprogramaram parte de seus voos no estado. O uso da base aérea é temporário e será mantido até que o Aeroporto Salgado Filho esteja novamente operacional. O aeroporto está fechado desde o dia 3 de maio, sem previsão de reabertura.
Situação do Salgado Filho
A Fraport Brasil informa que é necessário esperar que as águas recuem para avaliar a extensão dos danos e definir um plano de recuperação do terminal. As chuvas deixaram a pista de pousos e decolagens submersa e, em alguns pontos do terminal de passageiros, a água chegou a 2,5 metros de altura.
“Reforçamos que essa operação foi estruturada para apoiar a malha aérea emergencial no Rio Grande do Sul. Pedimos a compreensão e atenção dos passageiros sobre as características extraordinárias dessa operação comparada com a estrutura do Aeroporto de Porto Alegre”, informou a concessionária em nota.
Necessidade de investimentos
A catástrofe socioambiental destacou a necessidade de investimentos públicos e privados em aeroportos regionais. Segundo a Agência Brasil, o desastre afetou mais de 2,34 milhões de pessoas em 469 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, resultando em 169 mortes e 56 desaparecidos.
Políticos e empresários gaúchos afirmam que a concentração de voos de carga e passageiros no Aeroporto Salgado Filho torna o estado mais vulnerável a eventos climáticos extremos. Ampliar ou adaptar outros terminais aeroportuários no estado poderia melhorar a conectividade e estimular o desenvolvimento econômico em outras regiões do Rio Grande do Sul.